A conquista da Paraíba

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O ÍNDIO, A TERRA E SUAS PRODUÇÕES


O arcabouço do colonialismo luso encontra-se expresso nos títulos de Manuel I o Venturoso, detentor de tráficos ultramarinos, Senhor da Navegação d'Aquem e d'Alem Mar e Comercio da Ethyopia, Arabia e da India em que vemos consubstanciado todo o regime imposto às colônias. A primeira pergunta dos navegadores lusos ao gentio das praias era se havia ouro na terra. Não tendo sido encontrado no momento no Brasil, motivo da decepção dos companheiros de Cabral e Vespúcio, obteve contudo, D. Manuel I, compensação em outras produções naturais do seu novo domínio.

Dos gêneros comerciáveis o que se evidenciou de maior rendimento foi o lenho de tinturaria, facilmente obtido em muitos setores da extensa costa brasileira, a vicejar em grupos ou "capões", como lhe chamou o caboclo, até à beira do oceano. Pertencia à ordem de produtos que obtêm, em certa fase, intensa procura nos mercados consumidores mercê de circunstâncias passageiras. Em princípios do século XVI, eram em extremo requestadas madeiras corantes nos países civilizados para tingir produtos têxteis. Figurava, por sinal, muito antes dos feitos relatados por Pero Vaz de Caminha, nas tecelagens europeias com a qualidade Sapan proveniente da Malásia, objeto de ativo tráfico através do mar Vermelho. Faz-lhe referência Marco Polo nas relações de

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