conterrâneo, já apontavam quanto o antigo presidente paulista tivera de lutar em prol da defesa da lavoura. Luta que pusera em perigo as boas relações de São Paulo com poderosos meios financeiros do velho mundo. Com tenacidade, porém, Tibiriçá vencera. E vale a pena reproduzir a opinião externada sobre a grande empresa de valorização do café por um economista então muito em voga, o professor Charles Gide, catedrático no Colégio de França e autoridade tão acatada como Leroy Beaulieu:
"Esta gigantesca operação, dita valorização do café, para a qual o governo teve de adiantar 450 milhões de francos, foi vivamente criticada como antieconômica. Contudo, parece haver deixado resultados para estabilizar e mesmo levantar o preço do café. É verdade que, ao sustentar as cotações, a operação tinha que estimular o plantio, já excessivo e aumentar a superprodução. Mas o governo tomou as precauções necessárias contra esse risco ao regulamentar o plantio".
O principal a consignar a respeito de tais comentários é que, apesar dos ataques dirigidos contra São Paulo e a valorização, o nome do nosso Estado foi posto seguidamente em foco em toda a imprensa europeia. Tanto economistas quanto comerciantes e banqueiros, bem como jornais diários, e revistas especializadas se ocuparam longamente do caso, chamando a atenção pública sobre a questão brasileira. Foi uma enorme propaganda da qual resultou um fato inegável, a saber, que um Estado brasileiro se atrevera a enfrentar as mais abalizadas correntes da doutrina econômica e todas as oposições dos círculos de financistas habituados a exercer irresistíveis pressões sobre os países sul-americanos, tidos como carentes de energia e dóceis solicitantes de empréstimos à