a realização do nosso programa, o aumento da produção era especial a São Paulo. E nesse Estado punham-lhe forçosamente um paradeiro os impostos sobre as novas plantações. Esse imposto, com efeito, não era inferior a 800 mil-réis por hectare.
Todas as pessoas ao corrente da cultura do café bem sabem que os anos de fortes colheitas são excepcionais. As três únicas a que assisti na minha carreira de agricultor são as de 1888, 1901 e 1906.
Cabia, portanto, simplesmente retirar do mercado o excedente de 1906 para escoá-lo nos anos seguintes e cobrir assim a insuficiência das próximas colheitas.
Quanto aos efeitos da operação, pode-se dizer que os produtores não foram os únicos beneficiados, mas também os consumidores, porque - notai bem - que teria sucedido a São Paulo sem a valorização? A maior parte das culturas cafeeiras teria sido abandonada e os cafés estariam hoje na Europa a preços despropositados.
De resto, a operação é menos aleatória do que se pretende. Depois das vendas deste ano - 1911 - sobram apenas 6 milhões e 300 mil sacas. O governo, se o quisesse, encontraria comprador imediato. Em todo o caso, tudo será liquidado dentro de três anos. O comércio não foi lesado. Unicamente, repito, sofreram os especuladores a termo".
A uma última pergunta, respondeu o sr. Tibiriçá: "Não desconheço as vantagens da policultura, mas já existe entre nós. Já produzimos, em quantidade suficiente para o nosso consumo, arroz, milho, feijão, mandioca, frutas, mas são artigos que não interessam à nossa exportação; e não poderíamos obrigar nossos cafeicultores a abandonarem suas culturas, como se a economia de um país se transformasse do dia para a noite!".