Jorge Tibiriçá e sua época (1855-1928) T2

gozavam da mesma soberania e independência, deixara de ser o representante mais imediato da soberania.

A tese, um tanto radical, exprimia o ponto de vista de quem prestara apoio absoluto e incondicional ao governo de Floriano.

O Senado, contudo, não se mostrou convencido e apoiou o requerimento de urgência em que pedia ao Executivo as provas e razões que tinha para fundamentar o estado de sítio.

Adversário intransigente das praxes parlamentares da monarquia, Campos Sales reputou àquela atitude um estratagema da oposição e disse que deviam então chamar o governo à responsabilidade, mas que não tentassem derrubá-lo, pois já não existiam moções de desconfiança e o Executivo tinha competência para declarar o estado de sítio.

A oposição enfurecida na imprensa e nos círculos políticos encorajou o trabalho de sapa dos trançadores de revolução. E a obra de provocação surtiu efeito. Em julho de 1893 estourou a famosa aventura do almirante Wandenkolk, prenúncio de perturbações já infiltradas na Marinha. O ilustre marinheiro, ex-ministro do Governo Provisório e republicano da gema, dissentiu dos propósitos continuístas de Floriano e apoderou-se de uma flotilha no porto do Rio Grande, onde entrou a bordo de um vapor mercante, o "Júpiter", armado e carregado de munições destinadas aos revoltosos do sul.

Era uma façanha inédita. Ao encontro do vapor acoimado de pirata seguiu logo o cruzador "República", que aprisionou o "Júpiter" em águas de Santa Catarina e trouxe para o Rio o almirante Wandenkolk, diversos oficiais de Marinha e numerosos tripulantes, todos encarcerados

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