guerrilhas sobre as quais, no Brasil e no Rio da Prata, faziam circular notícias imaginárias, com o fito de promover jogos de bolsa ou baixas de câmbio. O bolsismo explorador da rua do Ouvidor servia-se de muitos rumores para espalhar telegramas de sensação. E a luta se prolongava porque o governo, ao invés de organizar um corpo de exército para dar um golpe definitivo nos rebeldes, contentava-se em mandar pequenos magotes de tropas que se juntavam às milícias locais e participavam de simples correrias nas coxilhas.
Floriano, do Itamaraty, acompanhava todas as peripécias da campanha sulista e vigiava a oposição e os adversários mais particularmente designados pela polícia governista. O seu feitio silencioso e concentrado, agravado pela doença; a reserva que mantinha em torno de todos os seus projetos, mesmo em frente dos mais chegados colaboradores, contribuíram a fazer do personagem, um tanto velado e distante, ora um ídolo, transfigurado aos olhos da massa pela sua aura de honestidade intangível, ora um simples usurpador, devorado de ambições, ensimesmado e sorna e ávido de exercer a ditadura sob o disfarce de republicanismo ortodoxo. Muitos inimigos não esqueciam o papel algo dúbio do marechal, por ocasião dos acontecimentos de 15 de novembro. Rui Barbosa, cujo liberalismo dissonava vivamente num meio em que tanta gente reclamava o emprego de processos violentos e autoritários, falou nas suas Cartas da Inglaterra de um "gênero de ambição inerte e retraída" que, despertada, desenvolve inesperadamente "a distensibilidade, a flexibilidade e a tenacidade das serpentes constritoras". Tais juízos dependeram muito dos sentimentos discordantes da época, mas na história passou