A revolta da Armada
Os acontecimentos no sul, conjugados com o mal-estar na política geral, as dificuldades financeiras e a inquietação propagada em alguns círculos do Exército e da Armada propiciaram o ambiente para nova revolta. Esta já se anunciava quase às claras, com o séquito de boatos e ameaças habituais a esses movimentos no Brasil, onde, no dizer de Campos Sales, as conspirações acabam por se elaborar publicamente e com data marcada para a eclosão oficial.
A 6 de setembro de 1893, explodiu, portanto, a revolta da esquadra sob a chefia do Almirante Custódio José de Melo que, até 30 de abril, dia de sua substituição pelo contra-almirante Firmino Rodrigues Chaves, ocupava a pasta da Marinha no governo de Floriano.
Custódio de Melo havia demissionado por não concordar com a continuação do marechal no governo e agora, responsável pela esquadra insurreta, cuidava de explicar e justificar aos seus concidadãos os motivos da rebelião. Novamente ele se abroquelava na lei e declarava o propósito de restaurar o regime constitucional contra a autocracia. No manifesto, em que se apresentava como submisso defensor da Constituição, escrevia: "O Chefe do Executivo perjurou, iludiu a Nação, armou brasileiros contra brasileiros, abrindo com mão sacrílega as arcas do Erário Público a uma política de suborno e corrupção".
Acompanhamos, por conseguinte, a sequência dos manifestos. Desde o golpe de Estado de Deodoro, eles se sucedem com o fito de demonstrar o respeito à lei por parte dos que vibram os golpes e os contragolpes.