Jorge Tibiriçá e sua época (1855-1928) T2

Deodoro fora derrubado por Floriano e por Custódio de Melo por infringir a Constituição. 13 generais haviam tentado forçar a desistência de Floriano em nome da lei violada. Com os mesmos argumentos Floriano reformara esses militares como facciosos e indisciplinados. Agora, Custódio, companheiro de Floriano no restabelecimento da lei transgredida por Deodoro, vinha intimar o marechal a abandonar o poder e o acusava de perjuro e corruptor.

Pagava com juros a República a facilidade excessiva de sua instalação e ameaçava entrar no regime sul-americano dos pronunciamentos.

Houve, porém, no caso, erro de cálculo da parte de Custódio. Com um só tiro de canhão Deodoro, doente e não inclinado a uma luta civil, passara o governo ao vice-presidente. Mas este, ainda que enfermo também, conservava energias bastantes para repelir o ultimato da Marinha e congregar para a luta, em nome da República, muitas forças militares e civis dispostas a cerrar fileiras em torno do marechal, certas com isso de amparar a legalidade e salvar o regime.

Sublevada a esquadra na baía do Rio de janeiro com os canhões voltados para a cidade que era o principal arsenal do Brasil, completava-se o quadro da guerra civil, tanto mais que em todos os Estados se incubavam focos de agitação tendentes a apoiar os marinheiros do Rio e os guerrilheiros dos pampas.

Nessa altura e em face das inúmeras divisões existentes por todo o país, São Paulo foi o maior baluarte da legalidade florianista, primeiro pela firmeza do governo Bernardino de Campos e dos velhos republicanos, depois em razão de sua posição geográfica e da prosperidade econômica graças à qual a União pôde sustentar as suas melhores fontes de arrecadação.

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