Ao passo que essa atitude era censurada por órgãos da imprensa estrangeira editados no Brasil, que aconselhavam os brasileiros a resolver as suas pendências entre si, sem interferências estranhas, os periódicos governistas, tomados de fúria, solicitavam em altos brados as represálias dos canhões estrangeiros para castigar a esquadra de Custódio de Melo.
Como nas primeiras semanas desse combate entre terra e mar os vasos de guerra estrangeiros surtos na Guanabara se mantinham estritamente neutros, de acordo com os preceitos internacionais, um brasileiro eminente, de grandes responsabilidades na propaganda e na República, até então sereno e superior às mesquinhas paixões da política, não se conteve e irritado pela neutralidade dos diplomatas estrangeiros chegou a lançar de público estas palavras:
"Seria bom que caíssem balas nas legações desses países..."
A ira partidária levava um homem puro e de nobres sentimentos altruístas a desejar para a sua pátria um gravíssimo incidente, a fim de ver estrangeiros transformados em agentes de punição de militares patrícios contrários às suas teorias ou tendências políticas.
Sob a alegação que o Rio era uma cidade aberta e não podia servir de objetivo aos bombardeios, mas no fundo unicamente por motivos de pressão internacional e para resguardar apenas interesses materiais de negociantes estrangeiros, os comandos dos navios de guerra europeus e norte-americanos, de acordo com os ministros das respectivas nações, constituíram um verdadeiro comitê de controle da luta e delimitaram a área da batalha, sob pena de intervirem pela força contra a esquadra rebelde. Os jornais legalistas jubilaram com tal decisão,