que restringiu consideravelmente a capacidade de ação da esquadra revoltosa e permitiu ao governo artilhar as principais posições táticas da baía, para destruir o adversário sem perigo de uma resposta à altura do ataque.
Nessa intervenção internacional, provocada pelos próprios brasileiros, só os alemães se mostraram completamente neutros e recusaram partilhar de gestos que reputavam atentatórios da soberania de um país que devia dirimir suas contendas internas sem os empecilhos e as intromissões da ameaça exterior. Os mais violentos foram os americanos. Ainda não estava bem firmada nessa época a política da boa vizinhança, de sorte que o almirante Benham, além de exigir brutalmente que os navios revoltosos não tocassem em nenhum depósito de carvão e deixassem até passar os armamentos destinados ao governo, declarou sem rebuços que em caso de desobediência os trataria como piratas e corsários e os meteria a fundo.
Os almirantes brasileiros responderam altivamente e reivindicaram os direitos naturais a uma revolução e as condições de justiça e reciprocidade que cumpria aos estrangeiros manter na questão. Mas a força sobrepuja o direito... dos fracos.
Joaquim Nabuco, num trabalho sobre a intervenção estrangeira na revolta, narra miudamente esses fatos e os comenta sem dúvida com os reflexos sentimentais do antigo monarquista, magoado pelos novos donos do poder. No entanto, os fatos que cita e os documentos que insere e que abrangem todas as notas trocadas entre os comandos navais e os diplomatas, provam à farta a importância que tal intervenção assumiu e quanto facilitou a defesa e depois a vitória do governo.