Nas primeiras semanas da sublevação, as evoluções da esquadra e os combates com as fortalezas legais e as baterias costeiras de certa forma constituíram para a população uma fonte de espetáculos atraentes. Os leitores dos jornais começavam a familiarizar-se com os termos técnicos referentes às operações e com as marcas e particularidades dos engenhos bélicos.
Nos cafés e nas calçadas da rua do Ouvidor apareciam em chusma os entendidos em canhões Krupp, Canet, em metralhadoras, torpedos e explosivos. E enquanto discutiam, o ribombo dos morteiros e das peças dos couraçados entretinha os prognósticos dos estrategistas amadores.
Um viajante alemão que assistiu a esses acontecimentos e publicou sobre o Brasil um livro bem documentado e imparcial, descreve essa atmosfera: "Nos primeiros meses da revolução a baía do Rio tinha muita semelhança com a cena de um teatro, de que a praia formou a plateia, as casas dos cais os camarotes, e os altos da cidade as galerias, de onde muitos espectadores olhavam com telescópios mediante a quantia de 40 réis, tendo diante dos olhos o espetáculo interessante de uma batalha naval, na sua realidade — sem, aliás, correrem muito perigo, porque o mar engolia quase todas as balas".
E ao mesmo tempo — aduziremos — engolia importâncias consideráveis, que desfalcavam o tesouro anemiado do país e obrigavam o governo de Floriano a pesadas despesas para conter o ímpeto da guerra civil.
Ao cabo de alguns meses, porém, esses tiroteios e canhoneios se tornaram monótonos para a assistência e os atores da tragicomédia.
A adesão de Saldanha da Gama à revolta, saindo do estranho estado de neutralidade que mantivera, ajuntou