aproveitando-nos da lição da história, lembrando-nos de que, também, não é senão por motivos de ordem econômica que para as beiras do rio-mar se dirigem os japoneses.
"Se a Colômbia tivesse procedido com habilidade por ocasião da abertura do canal interoceânico em seu território", diz-nos o autor de A Borracha, "certamente teria evitado a criação da República do Panamá!"
A nossa política previdente será, pois, explorarmos, nós mesmos, nossa riqueza em goma elástica, antes que se acendam os apetites de estranhos sobre o nosso país. Uma dissertação sobre a possibilidade de expansão norte-americana ou japonesa no vale do Amazonas teria, talvez, somente um sabor literário ou filosófico. Mas, os homens de governo que fecham os olhos ao problema da situação do Brasil em face da produção, da restrição e do consumo de suas produções e matérias extrativas e fecham os olhos e desprezam essas fontes de riquezas e de preocupações nacionais e internacionais, incorrem em graves e severas responsabilidades diante da geração atual brasileira.
Evidentemente, hoje, nós brasileiros, sofremos o imperialismo de todos os grandes povos. Sofremos o imperialismo britânico no campo bancário, nas vias de comunicações que escoam a produção nacional em grosso para o litoral, nos fretes da marinha mercante, no suprimento de carvão e de ferragens. Até mesmo no que concerne às comunicações aeronáuticas os estrangeiros vão talhando o território pátrio em esferas de influência norte-americana, alemã e francesa...
Dos norte-americanos até parece que já somos seu território e, desde o café que lhes vendemos, na proporção de mais de 50% de nossa produção, ao suprimento de óleos, gasolina, máquinas elétricas, rádios etc., até a posse das empresas de eletricidade, de telefones, dos frigoríficos, das fábricas de cimento, de lâmpadas elétricas e de outros trusts como o de gasolina e do trigo,