de Figueiredo, Manuel Pereira, André de Moura, José de Seixas e Luís Nogueira. Este último, jurisconsulto de renome, e que neste mesmo ano de 1663 veio ao Brasil, anexou ao seu parecer os sete parágrafos incriminados, numa cópia manuscrita, cuja veracidade atesta, "hoje 17 de abril de 1663". A cópia veio a parar, e está ao alcance do público, em Roma, na Biblioteca Central de Vittorio Emanuele, onde a lemos.(4) Nota do Autor
Não obstante os autorizados pareceres dos Doutores, prevaleceu a ordem de se recolherem os dez exemplares impressos e já distribuídos por alguns fidalgos amigos de Simão de Vasconcelos e das coisas do Brasil. Continuou depois a impressão, mas suprimiram-se nela as páginas finais, resumindo-se tudo em poucas palavras.
Com efeito, a primeira edição, raríssima, da página 178, última das Notícias, dá um salto (com a supressão das páginas intermediárias para a página 185 (a dos índices) e remata no parágrafo 104. Neste e no parágrafo precedente toca-se no assunto, mantém-se a comparação ou semelhança dalguma parte do Brasil com o Paraíso da terra, citam-se os autores alegados, mas omite-se toda a explanação de conjunto, isto é, omite-se o tratado particular do Paraíso na América, a que o orador da Academia Brasílica dos Esquecidos, Rafael Machado, aludia com conhecimento de causa.
O episódio tem interesse para a história literária do ufanismo brasileiro, cantado em prosa e verso. ("Todos cantam sua terra"... "Minha terra tem palmeiras"... "Auriverde pendão da minha terra"... "Porque me ufano do meu país"...)
E sucedeu que, junto comigo (em junho de 47), trabalhava na Biblioteca Central de Roma, um escritor norte-americano, amigo também de papéis velhos, o qual, levado pelo título de Paraíso na América, mandou fotocopiar o manuscrito para o dar enfim à "luz do prelo", que no século XVII se lhe negou. E disse-me:
- "Não é melhor que o Paraíso seja antes na América do que na Ásia"?
- Naturalmente, respondi.