São Vicente e as capitanias do Sul - As Origens (1501-1531)

rodeado de concubinas indígenas e de "mamelucos" que se multiplicavam em torno dele como imagem viva do pecado.

O primeiro povoador branco, tal como se apresentava, com a ganância, brutalidade e insensibilidade de aventureiro empenhado na conquista, era, no momento, o que mais interessava ao soberano. No entanto, tornou-se necessário em pouco ajuntar-lhe o missionário, para disciplinar as populações nascentes de acordo com as normas de monarquia, em que governo, povo e crença se confundiam. Ademais, em toda parte onde ibero deitava tentáculos durante o período em que dominou o oceano, o sistema não variou dentro de linhas gerais. De primeiro aparecia o homem de armas, depois o evangelista incumbido de não só pacificar as populações assaltadas como ainda conter o assaltante e o reconduzir ao sistema em formação, de que se originaria com seus defeitos e até virtudes o colonialismo de nossos dias.

O plano acompanhava o rigoroso princípio ditado pela organização da monarquia, aos poucos aperfeiçoado pela prática e conhecimento da região onde se exercia. De qualquer maneira, impunha através do tempo e espaço regras em que o dominador oferecia preço vil pela produção do dominado e exigia o mais alto pelas que lhe vendia, além de lhe cobrar os encargos da ocupação militar do seu próprio habitat. Óbvio dizer, diferia a situação de velho continente como a Ásia, ou poeira de ilhas como a Australásia, superpovoadas por indivíduos de velhas civilizações também conquistadoras e a América apenas habitada em vales e deltas por populações em extremo primitivas. Igualmente a África se diferenciava das demais, provida de indígenas de rudimentar cultura, mas regidos por monarcas

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