modelos de correção em todos os sentidos com os seus conterrâneos, mostrarem-se, no entanto, prepotentes, monstruosamente insensíveis, e até cruéis perante populações indefesas vítimas de desalmada ambição, consideradas massa amorfa, indignas de qualquer interesse além da sua tarefa de produzir dinheiro para o senhor.
O espantoso fenômeno de tal forma assoberbou o ocidental, que a despeito do progresso atualmente registrado nas relações entre povos, condenatório de impérios coloniais e do emprego de força armada para solver questões internacionais, ainda se mantém o europeu, de um modo ou de outro, obstinadamente apegado a fórmulas colonialistas, como podemos verificar na mentalidade na maioria dos dirigentes das antigas nações, detentoras de domínios ultramarinos, e nos desesperados esforços que envidam para retê-los no seu guante disfarçados sob vários rótulos. Essa atitude aparece principalmente evidente no feitio agressivo, alimentado por deplorável complexo, a transparecer nas relações entre europeus e americanos, que ainda consideram, na sua ingenuidade de gente imatura, obrigatório copiar a europeus e com eles ao máximo se parecerem com a diferença, porém, de instintivamente não manifestarem, talvez pelo fato de dispor de lebens raum, a mesma congênita ânsia predatória.
Sobre tais bases procederam os iberos - na era de quinhentos à testa das nações marítimas do mundo - à formação de desmedidos impérios coloniais. Da prática decorrente do exercício de domínio nas mais variadas regiões do universo, tiveram de constituir organização capaz de atender a novas condições, onde outrora só havia populações de pescadores e agricultores. Na sociedade portuguesa a partir dos descobrimentos do litoral africano, em grande parte intentados