São Vicente e as capitanias do Sul - As Origens (1501-1531)

na volta da esquadra de Garcia à Espanha, em que até índios foram mencionados.

De certo nas ocorrências de São Vicente sabemos o frutuoso entendimento dos expedicionários com os brancos moradores do lugar. Foi quando apareceu outra figura primordial na região, de vulto ímpar e alcance mais tarde decisivo na conquista do sertão. Nas declarações de Caboto em Sevilha constam resgates feitos em Santa Catarina e São Vicente a poder de "cierto hierro é camaras de lombardas quebradas", que se supõe fossem restos de armas. Aludiu igualmente na mesma ocasião ao pagamento efetuado "em espécie" por cativos índios, em número de três ou quatro, a troco de contas de vidro, muito apreciadas pelos indígenas para a sua indumentária, mais anzóis e pedaços de ferro, assim como "se dió un pasamuros roto à un portugués que se llama Fernand Mallo en la dicha tierra de San Vicente", à guisa de pagamento de "cierta cecina ó abasto para la gente". O têrmo "passamuro", ao qual se ajuntou o roto, foi interpretado de vários modos na suposição de erro de copista. Encontraram os interessados no esclarecimento do passo dificuldade em conciliar "corrimão" ou balaustrada, com o interesse do povoador em obtê-lo. Daí, pretenderam tratar-se de peça de vestuário, de que os brancos das tabas muito necessitavam, como vimos suceder a Jorge Gomes em Pernambuco, quando foi socorrido pelo capitão Rojas, que lhe deu algumas peças de roupa para acudir à sua nudez, sem recursos para se vestir em meio de tabas onde os índios só se cobriam de penas nos dias festivos e se contentavam, nos demais, com o estojo peniano.

Os índios de que fala eram prisioneiros de guerra, e, assim sendo, parecera a Caboto lícito comprá-los se bem não ignorasse as leis protetoras do gentio já existentes na Espanha. Para se defender de possíveis más

São Vicente e as capitanias do Sul - As Origens (1501-1531) - Página 457 - Thumb Visualização
Formato
Texto