São Vicente e as capitanias do Sul - As Origens (1501-1531)

interpretações a respeito, alegou sempre ter protegido a indiada, pelo que mandara enforcar no Prata a um biscainho da esquadra de Loaysa, "porque entró en casa de un indio é lo maltrató é firió, é le hurtó una canoa, é tomó dos indias de la dicha casa por fuerza", e, coisa muito mais grave, "tomó ciertas pranchas de metal" sem referir o achado a quem de direito da expedição. Também se atribui o delito do antigo tripulante do S. Gabriel ao fato de ter desertado em companhia de outro biscainho, o carpinteiro Orozco, "llevandose la ropa de ciertos índios y en busca de comida, según se dijo". Na ocasião despachou Caboto atrás deles índios mateiros, tal como fizera em Santa Catarina com o Talavera, que lhe trouxeram o delinquente para ser enforcado, não sem dificuldade, por sinal, visto ter-se partido a forca e ser preciso recomeçar a operação com grande escândalo dos presentes.

Citaremos ainda, tão só a título de curiosidade, um passo do interrogatório de Caboto em que lhe foi perguntado se naquela região havia onças e tigres. Outro pormenor curioso apareceu na circunstância, mas de ordem muito diversa, sobre a parentela de Gonçalo da Costa, como ele imiscuída nas tentativas de exploração dos espanhóis na América do Sul. Era numerosa a sua prole, cera de quatro varões e sete ou oito filhas, que foram causa de o povoador na Europa bandear-se para o serviço de Castela. Além disso, consta uma declaração de Gonçalo da Costa de que vendera seus bens na Espanha para acompanhar a expedição de D. Pedro de Mendoza, correspondente do lado hispânico à de Martim Afonso de Sousa do lado lusitano, juntamente com três filhos, um tio e um primo. Acrescentava mais um pormenor algo estranho, serem conhecedores "de las regiones del Plata", de todo inadmissível quanto aos filhos. Mas quem seriam os outros parentes, tidos por

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