São Vicente e as capitanias do Sul - As Origens (1501-1531)

devidamente acompanhado por índios amigos. Estavam sob comando de Pero de Góis e Rui Pinto, incumbidos de pesquisar pelo paradeiro da precedente expedição demorada além do prazo previsto. A tentativa não surtiu efeito, sem sequer obter vaga notícia dos expedicionários, nessa altura mortos e devorados no rio Iguaçu ao procurar vadeá-lo.

Antes de partir distribuiu Martim Afonso terras para quem as desejasse, segundo as disposições do seu Regimento. Ainda no alto da serra, na povoação recém-fundada, como que a solenizar o ato, foram concedidas a Pero de Góis as terras de Tecoapara e a serra de Taporitepera "que está da banda aonde nasce o sol", defronte da ilha de São Vicente, redigida e registrada por Pero Capico, o mesmo que fora feitor da tranqueira de Santo Aleixo em Pernambuco. Serviu na ocasião de primeira testemunha da escritura o capitão João Ramalho no exercício de suas funções. A segunda testemunha era o povoador Antônio Rodrigues, habitante da praia de Tumiaru e a terceira um homem de armas Pedro Gonçalves, pertencente a um dos navios da esquadra.

A segunda doação, outorgada a Rui Pinto, era composta das terras do "porto das almadias" denominado de Santa Cruz - mais tarde Porto Velho - onde estavam as canoas que transportavam os viajantes com destino a Piratininga, da ilha para o continente, no início da picada serra-acima, compreendida na doação até chegar aos descalvados do planalto. Essas dadas só teriam valor se fossem aproveitadas pelos beneficiários no espaço de dois anos. Caso não o fossem, caducaria a doação e voltariam a ser devolutas. De qualquer modo significavam a tomada de posse definitiva de Portugal onde dantes só havia marcos precários de sua soberania.

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