Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume II

farinha, "e pegam muito peixe, na maior parte capatões, que trazidos para Pernambuco e são logo vendidos". Ao sul, nas margens do S. Francisco, minguavam as florestas das terras próprias para a cana-de-açúcar, sucedendo-lhes largos tabuleiros de campinas. Os habitantes eram raros e os engenhos, segundo Verdonck, cinco ou seis, "mas fazem pouco assucar e anos ha em que alguns não moem. Em compensação, os pastos eram excelentes, "que por esse motivo os moradores possuem muito gado", constituindo os rebanhos a melhor mercadoria da terra graças a sua rápida multiplicação. Também plantava-se fumo, e principalmente mandioca, e a maior parte da farinha vendida em Pernambuco tinha essa proveniência. Outra produção importante era a carne-seca "que toda é trazida para aqui (Pernambuco) e prontamente vendida... os moradores dessa região penso que são mais afeiçoados aos holandeses, do que aos de sua nacionalidade, porque quase todos são insubordinados e criminosos". O passo dá que pensar. Teriam sido degredados e gente de ruim viver os indivíduos que os continuadores de Diogo e Gabriel Soares empregavam nas suas granjearias? Ou eles mesmos tinham culpas em cartório? Afigura-se-nos que a primeira hipótese é a mais provável, pois gente laboriosa como Antonio Martins Ribeiro, ou a viúva Catarina de Araujo, apresentam todos os caraterísticos de proprietários conservadores, católicos de vida estável e

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