Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume II

boa tradição, naturalmente inclinados à ordem e tranquilidade. Do restante da sua clientela, principalmente em tempo de guerra, é que já não ousaríamos dizer o mesmo.

Passando agora a dados mais positivos, temos os relatórios de Johanes Van Walbeck e Enrique Moucheron, que versaram a Alagoa do sul. Lá se encontrava a povoação de Na. Sra. da Conceição, num sítio onde hoje se eleva a capital do Estado. As terras circunvizinhas pertenciam antes de 1630 à igreja local, por doação de João Esteves, senhor da ilha Massangueira, sendo a maior indústria dos habitantes a pesca. Informavam os autores do relatório, que pescavam no verão, "quando a água das lagoas se torna salobra e menos profunda. Na estação chuvosa pouco ou nenhum peixe se apanha, porque a chuva refresca as lagoas e os cardumes vão para o mar. Os peixes principais são o lucio, a carapeba e a curimã, que tem um pé e meio de comprimento, e engorda tanto que da sua pele extraem o óleo uzado nas lâmpadas. Uma curimã fresca dá para o jantar de tres pessoas. A pesca se faz á noite, com rêdes de 60 a 70 braças de comprimento". Tamanha dimensão, e a medida precedente relativa à profundidade dos pequenos rios alagoanos, leva a crer que as braças holandesas seriam a metade da antiga portuguesa de 2,02m, pelo menos na maneira corrente de falar.

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