bando humilde de fanáticos, ou, mesmo, janízaros de suas pretensões estultas, loucas, descabidas, como as de dona Carlota Joaquina tentando transformar o Prata ou o próprio Paraguai em sucursal da coroa de Espanha ou numa nova Espanha para gozo e gáudio dela e de seu decaído irmão.(1) Nota do Autor
Daí a guerra a que foi arrastado esse grande e heroico povo que deu mostras de seu valor e de seu entranhado patriotismo, mesmo por parte daqueles que protestaram contra a insólita agressão de que fomos vítimas - o Brasil, a Argentina e o Uruguai, - nos trágicos dias de fins de 64, princípios de 65.
Há muito vinha Solano López preparando a guerra. Esperava, apenas, uma oportunidade.
Armara já o Paraguai como povo algum da América poderia estar, naquela época. O Exército era enorme. O material bélico moderno e perfeito. O que faltou ao Paraguai, antes da guerra para não fazê-la, e durante a guerra para evitar tanta chacina, foi um mentor à altura, pois Solano López, senhor absoluto, era um visionário louco: não tinha tática, tinha arrojo; não era um soldado disciplinado e conhecedor de seu métier, era um atrevido, um autocrata capaz de todos os crimes para satisfação de seus instintos. E assim levou seu povo ao matadouro e, não contente, mandou matar oficiais e comandantes que, por infelicidade, lhe não dessem vitória sobre vitória.
Ao iniciar a guerra, a população do Paraguai era de cerca de um e meio milhão. Nove décimas partes pereceram durante a guerra. O Exército que organizara compunha-se de cerca de 85 mil homens e o material bélico excelente, com poderosa artilheria e magnífica esquadra da qual os principais navios eram: "Taquari" - "Paraguari" - "Iporá" - "Igureí" - "Jejuí" - "Salto" - "Pirabebé" - "Iberá" - "Paraná". A estes agregou, em novembro de 64, nosso "Marquês de Olinda", armado em guerra. Além disso possuía essa esquadra as famosas e terríveis chatas armadas com rodízios, verdadeiros submarinos, de difícil alvo por estarem à flor das águas, mal se divisando, ao longe.