Dessa forma armado, sabendo que país algum da América possuía força capaz de enfrentar a dele, Francisco Solano López não duvidou proclamar seu poder no qual, diga-se de passagem, ninguém quis acreditar, e seu nenhum receio do Brasil, da Argentina e do Uruguai aos quais, dizia, podiam unir-se os bolivianos.
Solano López aliás, não estava só: contava com parcialidades do Uruguai e da Argentina, parcialidades que, em muito grande parte, têm a culpa dessa guerra tremenda.
O Brasil, cuja história já nos é conhecida, tinha, sob o regime de D. Pedro II, alta missão a cumprir, qual a de sustentar sua soberania e manter a paz na América. Foi, para isso, que o Brasil interveio nas questões do Prata. Seus direitos deviam ser respeitados, bem como o de seus súditos espalhados pelas fronteiras dos países vizinhos. Queria, além disso, para felicidade da América do Sul, dar cabo, de vez, dos caudilhos que a infelicitavam. E o conseguiu sem, nunca, preparar-se para a guerra.
Foi por isso que a insólita declaração de guerra de Solano López nos apanhou de surpresa, como muito bem o disse o general Osório,(2) Nota do Autor e não só ao Brasil como à Argentina e ao Uruguai.
As forças brasileiras de terra e mar eram reduzidíssimas.
O Exército constava como tendo, em todo país, espalhado pelas províncias, 16834 homens entre praças e oficiais. Entretanto, até fins de março de 65, como diz Jourdan, o governo só conseguiu reunir no teatro da guerra 8581 praças e cerca de 1100 oficiais e praças em diversos navios da esquadra.
Ve-se, por aí, enorme contraste: o Paraguai possuía, prontos ao primeiro grito, 40 mil homens ao norte e mais de 30 mil ao sul. Com cerca de dez mil soldados invadiu Corrientes e o Rio Grande do Sul, e com uma pequena coluna destacada de seu Exército do norte, entrou em Mato Grosso. Verdadeira avalanche