por reveses e com tendência a atribuí-los a outrem. Incompatibilizara-se com o Governador por se descurar do cargo de provedor-mor, absorvido pelos afazeres do seu engenho nas cercanias da cidade, além de muito agastado com D. Duarte por mandar D. Álvaro prover em seu lugar os negócios reiunos, e mais ainda se encolerizou quando foi substituído pelo ouvidor Pero Borges. Igualmente João Rodrigues Peçanha, outrora amigo de D. Álvaro, e Luis Garcês cometiam irregularidades em assunto de justiça, pelo que foram afastados dos seus cargos e se tornaram inimigos dos Costas, bandeando-se para o Bispo.
A discórdia tinha chegado a um ponto desastroso para a colônia, devendo intervir os jesuítas e Simão da Gama de Andrade, receosos de tais excessos e do perigo dos índios, mais o dos franceses que infestavam as águas coloniais. Estava D. Duarte a caminho de Pernambuco, onde havia algumas dificuldades na organização do judiciário, assim como ameaças do gentio, quando se deteve ante Vila Velha, imobilizado por temporais. Fora providencial a demora, porquanto aí o alcançaram instruções terminantes del-Rei sobre assuntos administrativos, que pela urgência o obrigaram a desembarcar e regredir por terra de volta à Bahia. O inesperado regresso coincidiu com levante geral das tribos próximas da cidade - as que estavam em maior contato com os europeus - visando aproveitar divisão dos brancos e ausência do Governador, para mais seguramente lhes saquear e destruir os bens.
Era uma crise que vinha de longe, amadurecida no governo do protegido de D. João III. A atividade dos portugueses e sua absorvente intromissão em todas as cousas, tornavam difícil a continuação do convívio pacífico com selvícolas "tam peguados comnosco",