A Bahia e as capitanias do centro do Brasil (1530-1626). História da formação da sociedade brasileira. Tomo 2º

e Descobrimento do Rio de São Francisco, com poderes na região iguais ao geral da Bahia. Era-lhe permitido prover todos os ofícios da justiça e fazenda, conceder foro de cavaleiro fidalgo a cem auxiliares, a fim de recompensar os mais merecedores; requisitar das prisões os condenados a degredo que fossem mineiros ou mecânicos e parecessem úteis à expedição, e se lhe aprouvesse poderiam levá-la além da margem esquerda do São Francisco, em território pernambucano. Para esse fim, ainda lhe deram licença de pedir embarcações e mantimentos, devendo o novo Governador-Geral do Brasil, D. Francisco de Sousa, fornecer-lhe 200 índios guerreiros e 50 quintais de algodão em caroço, provavelmente para fazer peiteiras de combate. Aos quatro cunhados que o acompanhavam, Paulo de Argolo, dois genros de Rodrigo de Argolo, e talvez o Marido de uma das irmãs de Gabriel Soares pensa Pedro Calmon, foram concedidos o hábito de Cristo com 50$000 de tença e no fim da jornada receberiam à guisa de recompensa suplementar o foro de cavaleiro fidalgo com moradia, mercê extensiva a dois primos que iam na bandeira e a mais dois capitães, à sua escolha, por serviços prestados. Quanto a ele mesmo, o galardão seria no termo da jornada o título de Marquês das minas a serem descobertas, justamente o adorno com que sonhava Belchior Dias Moreira.

Em Lisboa embarcou Gabriel Soares com a sua comitiva no ano de 1591 na urca flamenga "Grifo Dourado", agregada ao comboio de D. Francisco de Sousa. Houve quem julgasse singular a escolha da nave, em que iam súditos das duas monarquias ibéricas, entregues a marujos de duvidosa fidelidade. Pertencia no entanto as Flandres ao império filipino, cuja diretriz máxima residia em estreitar os laços entre as parcelas

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