A Bahia e as capitanias do centro do Brasil (1530-1626). História da formação da sociedade brasileira. Tomo 2º

O Governo de D. Duarte da Costa

Decorrera o prazo de Tomé de Sousa no Brasil, o qual, cansado de trabalhos sem conta, ansioso por algum repouso, instava para que o rendessem. Não parecia fácil na conjuntura, encontrar substituto idôneo, como requeria a colônia em plena formação. Eram conhecidos os percalços do cargo, trabalhoso e ingrato, num sítio de desterro. Minguavam candidatos para empresas daquela ordem, bem poucos no enxame de pretendentes a cargos públicos que se acotovelava nas antecâmaras do Real Conselho. Mas recrescendo a insistência, deteve-se a escolha de modo quase repentino sobre D. Duarte da Costa, resolução que só pôde ser divulgada nas vésperas da sua partida para a Bahia.

Recebia maior vencimento que o antecessor, 600 réis anuais, em vez de 200, sem que a diferença explique a prebenda; pois D. Duarte deixava em Portugal a esposa enferma e numerosa filharada, devendo ser procurado o motivo da aceitação em outras causas. Desfrutava o fidalgo de invejável posição na corte, apesar de filho segundo, graças à amizade dispensada a seus pais pelos soberanos. Os Costas eram de origem algo duvidosa, jaça que atribulava os linhagistas cortesãos empenhados em lhes valorizar os avoengos, tal sucede hoje aos que tentam descobrir os antepassados de certos nobres aparecidos no Brasil. O grau de importância áulica a que tinham chegado, lhes viera da constante proteção angariada em serviços à sombra do trono, nos aposentos da casa

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