O Marquês de Olinda e seu tempo (1793-1870)

apresentara num gesto de baldada e tardia defesa ao regime.

Os liberais, curiosamente, dão as figuras disciplinares de Nabuco e de Ouro Preto. Os tipos de autoridade reverente, de respeito ao trono e as classes latifundiárias; os tipos rígidos, altivos, desdenhosos, donos da popularidade e por isto mesmo desprezando-a, eram quase sempre os liberais. Zacarias e Cotegipe, os dois eternos duelistas, desnorteiam uma classificação imediata. O conservador é, psicologicamente e fisionomicamente, o liberal. A recíproca é certa também.

Os homens estranhamente decididos, dispostos a jogar a suprema cartada entre o Povo e a Coroa, são sempre os liberais. Saldanha Marinho, os Ottonis, Silveira Martins, Nabuco, Souza Franco, Saraiva são muito mais possuidores do espírito da grei que os próprios a ela pertencentes.

A ideia entre os dois partidos (notada esplendidamente por Joaquim Nabuco) é que eles bastavam para dirigir o Brasil e qualquer chefe, sozinho, anularia uma tentativa que visasse a mudança do regime.

A noção de Império e de Imperador andavam irmanadas. Julgavam-na tão enraizada n'alma que desconheciam a necessidade de verificar sua segurança. No minuto em que cada um procurou

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