O Visconde de Abaeté

1839, "à vista dos meios anormais e imprevistos com que a oposição procurou tornar impossível a posição de ministro para os homens de pundonor, e de outros meios de ataque, enfraquecendo o princípio de autoridade, desvirtuando as instituições representativas, rebaixando o poder, destruindo uma das condições essenciais de sua força..." Quem traça as presentes notas viu frequentemente o Visconde de Abaeté já octogenário.

Impressionava o seu aspecto: alto, aprumado, porte altivo, sempre trajado de negro, longa sobrecasaca até aos pés, amplo chapéu desabado que mal lhe encobria as compridas cãs alvíssimas, barba em ponta também branca, conjunto imponente, eclesiástico ou professoral, denunciando algo de superior.

Desenvolveu-se-lhe a extensa e bem preenchida carreira em sucessivas fases agitadas da nossa história: fins do regime colonial, Independência, Primeiro Reinado, Abdicação, Regência, em suas várias modalidades, Maioridade, Segundo Reinado, em magna parte, guerras do Sul, Emancipação dos nascituros, lei, que com a abolição do tráfico, estancando as fontes, extinguiu virtualmente a escravidão - eleição direta, pródromos da República (um de seus filhos assinou o Manifesto Republicano de 1870).

Em todos esses acontecimentos, se a sua participação não preponderou, apareceu sempre, ao menos, no rol dos personagens destacantes, dos bons agentes do país.

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