o "Comitê de Peritos sobre Relações de Raças", que tivemos a honra de integrar, uma das tarefas que devia cumprir era indicar novos campos de pesquisas, que deviam ser tentados a fim de lançar mais luz sobre a questão racial. Na relação dos temas e problemas sugeridos para futuras pesquisas, conseguimos incluir explicitamente o estudo da situação racial brasileira. Com isto queríamos distinguir o aspecto brasileiro do problema, da situação da América Latina em geral - com a qual ele estava confundido na redação originalmente proposta pelo professor Morris Ginsberg, nosso companheiro de Comitê julgando, inclusive, que assim se acumulariam argumentos para a escolhi do Brasil, pela Conferência de Florença (maio de 1950), para campo da pesquisa que a ela seria apresentada, no plano do Departamento de Ciências Sociais, para decisão final.
Durante os trabalhos da Conferência, por carta, procuramos convencer o Professor Robert Angell, substituto interino de Arthur Ramos na chefia do Departamento, e o Dr. Paulo Berredo Carneiro, das vantagens que o Brasil oferecia para este estudo e não foi difícil, finalmente, graças à atuação brilhante e eficiente daquele nosso delegado e representante permanente junto à UNESCO, conseguir que o plenário internacional decidisse a realização no Brasil daquela sonhada pesquisa. Em novembro de 1950 veio ao Brasil, como representante do Departamento de Ciências Sociais da UNESCO, o Professor Alfred Métraux, para concretizar os planos do trabalho, que deveria ter início no começo do ano seguinte.
Originalmente a intenção fora concentrar todos os esforços e recursos numa só área, que seria a Bahia. Naquela ocasião estava ali operando a equipe estabelecida por Anísio Teixeira, então Secretário de Educação e Saúde do Estado da Bahia, para realizar pesquisas sociais no interior do estado, de cuja direção tínhamos a honra