Um diplomata do Império - Barão da Ponte Ribeiro

pequeninas casas; o interior é rico, embora arenoso; e, talvez, nenhum dos pontos vizinhos da capital passou por tão vantajosas transformações."(11) Nota do Autor

No entanto, a varíola não tomara conhecimento de todas as reformas realizadas, que tão profundamente alteraram a topografia da vila, e, agora, grassava desapiedada, principalmente, entre os índios botocudos, alojados na Praia Grande da visita que vinham de fazer ao Príncipe Regente. Ponte Ribeiro atendeu-os solícito e deles tratou gratuitamente. Talvez, em recompensa desses serviços foi que a Câmara Municipal o escolhesse em 1819 para seu Cirurgião Mor. Ainda neste ano aceitou a nomeação, que lhe fez o governo, para o cargo de Tesoureiro do Selo, e, no ano seguinte, para o de Tesoureiro dos Defuntos e Ausentes, pelo período de três anos.(12) Nota do Autor

Não deixara ele, porém, o exercício da sua profissão, embaído por aquelas nomeações. Ao contrário, deu-lhe a clínica, que manteve até 1825, além de pequena fortuna, um nome conhecido. Em 1826 era considerado ótimo cirurgião, podendo ambicionar, como ambicionava, o lugar de professor da Escola de Medicina do Rio de Janeiro.(13) Nota do Autor Todavia, o destino que, por vezes, já lhe transmudara tanto a existência, fazendo em 1807 deixar Portugal e em 1822 optar pela nacionalidade brasileira, agora lhe desviaria completamente o rumo da vida. O Dr. Duarte não conseguiria a cátedra pretendida, porque, desde 20 de maio de 1826, fora nomeado cônsul do Brasil na Espanha.(14) Nota do Autor

Da noite para o dia, vê-se o cirurgião transformado em diplomata; manda fazer imediatamente o uniforme, que enverga satisfeito; deixa o bisturi, com o qual trabalhara cerca de 15 anos, e o substitui pela pena que vai manejar com a mesma habilidade e o mesmo

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