Um diplomata do Império - Barão da Ponte Ribeiro

e a França vendiam em profusão as suas mercadorias aos novos países sul-americanos.

Ao diplomata brasileiro não lhe seria possível assim, em ambiente reacionário e desconformado com os sucessos políticos ocorridos na América, conseguir o seu exequatur, mesmo porque, para isso, devera a Espanha reconhecer preliminarmente a independência do Brasil, o que lhe não interessava no momento. Chegara ele a Madrid no dia 22 de janeiro de 1827, e somente dois meses depois o recebia o ministro espanhol D. Manuel Gonzáles Salmon, que, desde então, lhe dificultou todos os passos para o êxito de sua missão, dando-lhe, como justificativa do seu estrafalário procedimento, os mais descabidos motivos.(15) Nota do Autor

Já desiludido em 7 de agosto, Ponte Ribeiro escrevia ao Visconde de Pedra Branca: "Por agora não há aparência alguma de que a política deste país dê esperança de ser reconhecida a nossa Independência."(16) Nota do Autor Dias depois, ser-lhe-ia confirmada esta opinião por um dos auxiliares do ministro espanhol, que lhe declarou francamente: que "tudo era pretexto: a causa real era a Cisplatina e sua união ao Império."(17) Nota do Autor Com esta revelação deu o Dr. Duarte por finda a sua estreia diplomática e voltou para Portugal em setembro de 1827.

Em Lisboa, recebeu Ponte Ribeiro a comunicação do Marquês de Aracati, ministro dos negócios estrangeiros, datada de 23 de abril de 1828, em que dava por terminada a comissão, embora o autorizasse a receber "o vencimento do seu ordenado por mais oito meses; contado o prazo desta data."(18) Nota do Autor Mas, se lhe concedia a ele o vencimento, na suposição de que dentro de oito meses pudesse voltar ao Brasil, negava-se-lhe o direito à passagem. Ponte não se achava sozinho:

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