Desses dias de Lisboa, deixou-nos ele rápida descrição. "Dando então — dizia Ponte — princípio ao essencial objeto da minha comissão... busquei nos Arquivos de Portugal os Mapas, Planos, Diários, Relatórios, Ofícios e outros papéis, que pudessem dar conhecimentos dos primitivos debates internacionais relativos ao solo brasileiro; das questões emergentes dos Tratados de 1681, 1750, 1777, 1801 com a Espanha; de 1700, 1713, 1801, 1802 e 1817 com a França; e das explorações científicas feitas no seu vasto território em diversas épocas." Começara pela Torre do Tombo. Aí o que achou se referia às bulas dos Papas, à escritura de Saragoça e ao Tratado de Tordesilhas. Todos documentos já publicados. Na Torre, assegurou-lhe o respectivo comissário que os documentos concernentes à América, que haviam escapado ao terremoto de 1755, se achavam reunidos no Pátio das Vacas, onde os ministérios funcionavam. Rumou imediatamente o brasileiro em companhia do conselheiro Folgues, para o Pátio das Vacas, onde foi encontrar o arquivo "em grande confusão causada por uma recente ordem de mudar-se para outro local."(563) Nota do Autor
Com todas essas dificuldades imprevistas conseguiu Ponte Ribeiro arrolar, nas suas relações, importantes documentos e mapas referentes ao Brasil. A 14 de janeiro de 1867, assinou ele com o representante português o auto relativo à troca de documentos que os dois governos faziam. Porém, depois de assinado esse auto, foram encontrados alguns mapas exigidos por Ponte e isto lhe deu ensejo para continuar em Lisboa. O trabalho de cópias era moroso e obrigava a esperar ali, vigilante. Na verdade, ele não tinha pressa, pois, parece-me, se aproveitava das folgas para ir a Heidelberg consolidar a cura. Em agosto de 67, no entanto, recebe más notícias do Brasil. O seu filho Antônio Marcelino morrera