Um diplomata do Império - Barão da Ponte Ribeiro

se apresentavam na época em que lá mandou aquele plenipotenciário; concessões que ele ampliou e feitas por outro talvez lhe arrostasse séria responsabilidade. O tratado feito pelo Sr. Lopes Netto podia ter sido concordado por mim em 1837, se o governo imperial tivesse admitido essa fronteira de 27 de março de 1867. Era a 3ª e última hipótese que apontei em uma memória e mapa geográfico que a acompanhou, com três hipóteses de linhas fronteiras para serem sucessivamente apresentadas. Não esteve por isso o governo imperial; nem, quando mais tarde, em 1863, mandou o Sr. João do Rego Monteiro àquela República para concordar um tratado de limites, o autorizou para admitir essa fronteira, antes lhe ordenou retirar-se se o governo boliviano insistisse nela, como sucedeu. O Sr. Lopes Netto apresentou-se na capital da Bolívia, quando o general Melgarejo acabava de subir ao poder por meio de uma revolução e para sustentar-se precisava concitar a opinião popular; e conhecendo que os bolivianos andam pela navegação dos rios Amazonas e Paraguai, que o Sr. Lopes Netto oferecia, admitiu prontamente o projeto de tratado que este lhe apresentou, fazendo-lhe ainda alterações para que não estava autorizado."

Depois de mais algumas considerações em desagravo de seu amor-próprio e da justiça, passou Ponte Ribeiro a tratar de assunto correlativo, porém, sob um aspecto muito diferente daquele por que sempre encarara questões dessa natureza. É raro nos escritos de Ponte, ao menos nunca se me deparou um, a não ser este, a defesa de uma ou outra personagem do Império. Quando ele os não inculpava de um sem número de faltas, deixava em silêncio a ação dos ministros, como se eles nunca tivessem existido, e isso em fatos que não era admissível ignorá-los. Não lhes perdoava Ponte

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