organismo todo. A vida transformara-se para ele em teima. Teimava em viver, como havia teimado em outras tantas coisas, e continuava a subsistir. Essa teima de agora só se comparava à luta contra morte, de outros tempos.
Revezam-se, de 1873 em diante, as descrições da doença e os assuntos diplomáticos. Até então tivera precedência a diplomacia, mas, agora, são os sintomas da enfermidade e o tratamento que prefere descrever. Cartas há em que os dois temas se confundem. Tem, mais uma vez, de partir para Europa em busca de melhoras. Antes de seguir recebe do ministério presidido pelo Visconde de Rio Branco, no dia 19 de abril de 1873, o título de barão.(567) Nota do Autor Poderia ter sido barão de Tabatinga, de Apapóris ou, ainda, de outro ponto qualquer na fronteira do Império, como símbolo de seus inestimáveis serviços. Mas preferiu conservar o seu próprio nome e continuou Ponte Ribeiro, acrescentando-lhe apenas o título.
Poucos meses depois estava na Europa. Ao Barão de Tefé, agora um dos seus amigos, escrevia Ponte, de Paris, um pouco desconsolado: "Falarei agora de mim. Sabe V. Exa. que saí do Rio muito doente: assim vim até Bordeaux, onde desembarquei e fui logo às águas de Vichy, e lá estive 34 dias sem tirar grande proveito." De Vichy seguiu para Paris: "Vim para esta Babilônia", dizia ele. É interessante o fato de lhe não despertar Paris outra impressão, a não ser de uma Babilônia. Os homens de seu feitio, sempre concentrados nos seus pensamentos e problemas, dificilmente deixam as suas abstrações para se fixarem no mundo das realidades. Eles se constroem um mundo à margem, que nem sempre combina com o outro. Por isso, Paris não impressionou o velho diplomata, senão