Um diplomata do Império - Barão da Ponte Ribeiro

o inseparável amigo de seu velho pai. Advogado de nome, conservara-se solteiro, para lhe fazer às vezes de secretário. O catálogo de mapas e gravuras, pertencentes ao Barão, por exemplo, foi feito por este seu filho, segundo tradição, cuidadosamente, com letra de calígrafo consumado. É digno de nota o fato de constarem desse catálogo, entre os retratos conservados por Ponte, o de Rosas, de Oribe, de Urquiza, de Rivera, de Lamas, de Quiroga e de Pedro de Angelis. O Rio da Prata, justamente, daqueles seus tempos. Só lhe faltava o do seu amigo e vizinho, o camarista Arana. Existia também o retrato do marinheiro Simão, com o esclarecimento de se tratar de um herói do vapor brasileiro "Pernambuco". Ao lado dos retratos, uma aquarela representava a cidade de Heidelberg, onde fora algumas vezes à procura do D. Chalius.(569) Nota do Autor

Reinstalado no Rio de Janeiro, continuou Ponte Ribeiro o seu trabalho. Os anos não o impediam de pensar. A mesma curiosidade por uma infinidade de assuntos; o mesmo modo de escrever, fácil e sem pedantismo, mas incisivo e com convicção. O que saía de sua pena levava sempre o seu timbre. Era ele, o seu feitio de ser, de entender os assuntos, de pensar, que passava para o papel. Não é que se não inspirasse no alheio. Vimo-lo não só às voltas com Azara, mas ainda com Pimenta Bueno. Mas a tudo dava a sua feição peculiar. Tornara-se assíduo ledor de livros de toda sorte. Interessava-se pelos trabalhos que se fazia em determinados ramos da ciência. Em 1876, a um amigo e antigo colega, o Barão de Japurá, escrevia: "O boliviano Villamil, que foi comissário das Demarcações de Limites em 1870, e tinha escrito sobre a primitividade do homem, dando-lhe o berço na América, perto do Lago da Titicaca, suicidou-se por motivos

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