D. Pedro II e o Conde de Gobineau (correspondências inéditas)

INTRODUÇÃO

O ano que o conde de Gobineau passou no Rio de Janeiro como ministro da França, lhe pareceu insuportável.(1) Nota do Autor De sua estadia na América Latina ele só trouxe lembranças desagradáveis ou humilhantes.(2) Nota do Autor Em momento algum, este homem inteligente e generoso tentou compreender o Brasil e seus habitantes, cego pelas teorias que ele próprio se criara "de toutes pièces", e para seu próprio uso. "Não sou muito curioso para olhar fora de mim mesmo, escreveu ele um dia a D. Pedro II e Vossa Majestade sabe que em mim a objetividade é menor que a subjetividade". (Carta de 14 de agosto de 1878).

A Teoria das Raças, exposta no Essai sur l'Inégalité des Races Humaines não tem base segura nem histórica nem filosófica; sabe-se, no entanto o uso nefasto que dela fizeram certos alemães e que dele faz atualmente o regime hitlerista.

D. Pedro II estava disposto a acolher o escritor com fervor e simpatia. Antes mesmo da chegada do diplomata ao Rio, escrevia ele ao barão de Cotegipe, seu ministro das Relaçães Exteriores, a 19 de fevereiro de 1869: "O novo ministro da França, o conde de Gobineau, que talvez chegasse no paquete de Bordeaux é-me recomendado, e conheço-o por suas obras literárias. Se ele quiser ver-me antes da recepção oficial, com muito prazer lhe falarei amanhã às seis da tarde ou no domingo às 11 da manhã ou às seis da tarde".(3) Nota do Autor

O primeiro encontro do soberano brasileiro e do escritor francês foi o começo de uma grande amizade

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