D. Pedro II e o Conde de Gobineau (correspondências inéditas)

CAPÍTULO I

1870: GOBINEAU VOLTA À FRANÇA

O conde de Gobineau, cansado, doente, tendo enfim, obtido a licença que ele pedia já há muitos meses, deixa o Brasil e volta à França (maio 1870). Ele espera nunca mais voltar à América, e não nega que apesar de seus embaraços pecuniários, preferiria ser posto em disponibilidade, a reassumir um cargo que lhe trazia tão penosas recordações. Ele deixa no Brasil ao menos um amigo na pessoa do Imperador. Por sua vez, D. Pedro II lastima o erudito diplomata e suas sábias palestras dos domingos no palácio de S. Cristóvão. Mas ele está todo entregue às preocupações que lhe dá ainda a guerra do Paraguai, guerra longa e cruel, que só terá fim em março de 1870, por morte de López II. Nesta contenda com o Paraguai, escrevia nessa época, o sábio Agassiz que viajava o Brasil, o povo brasileiro deve ser considerado como o porta-bandeira da civilização... "O Brasil, nesta luta, merece a simpatia do mundo civilizado".

Chegando à França, o conde de Gobineau, retira-se para sua propriedade em Trye, distrito de Oise, perto de Paris. Aí é que foram escritas as primeiras cartas de Gobineau ao Imperador. Aí também que Gobineau foi surpreendido pela guerra provocada pela Prússia. As respostas de D. Pedro, às quais o escritor

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