D. Pedro II e o Conde de Gobineau (correspondências inéditas)

ver terminado e em versos. Seria um lindo monumento e a ele dou grande importância.

Nada me causa maior alegria do que a palavra até logo que me diz ainda Vossa Majestade e penso já no próximo ano com entusiasmo. O Imperador tinha já motivos de grande interesse para animar seu espírito com esta ideia. Mas parece-me que agora o exame da vida europeia será ainda mais atraente e instrutivo do que teria sido há três meses. Os fatos que se produzem neste momento não deixarão de anunciar resultados bem graves e de fazer subir, à superfície das cousas, tantas verdades essenciais que haverá um estudo bem importante e já pronto sob as vistas, e grandes conclusões a tirar de tudo o que se vir. É chocante no mais alto grau, ver como esta nação encara a questão com a seriedade que merece e, se é difícil à gente mostrar-se indiferente a esta manifestação do espírito público que acaba de dar ao exército mais de cem mil voluntários alistados em poucos dias, creio que não se pode ficar menos impressionado presenciando-se com que união se esforçam os não combatentes preparando subscrições, ambulâncias, socorros de toda espécie para os exércitos.

Ouso citar ao Imperador um fato completamente oposto que se presencia na Alemanha. É notório que as populações do sul, bavieros, wurtembergos, caminham com a maior repugnância em socorro da Prússia e é preciso levar à força os landwehrs. O que é muito significativo e constitui o ponto sobre o qual eu queria chamar a atenção de Vossa Majestade, é que a emigração sempre importante nos países que indico e nas margens do Reno manifesta-se e vai manifestar-se cada vez com maior intensidade, visto os meios de subsistência escassearem. Não acha o Imperador que o

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