D. Pedro II e o Conde de Gobineau (correspondências inéditas)

difíceis. O que resultará, é impossível prever. Os chefes militares vitoriosos, o exército decidirão certamente de tudo, de uma forma ou de outra, e é claro que o jacobinismo nada poderá fazer. As populações não querem nem que se fale disso, isto é evidente e, por toda a parte a guarda nacional o sufocaria. É seguramente um grande ponto ganho. Vossa Majestade me julgará certamente bastante otimista em face de uma situação tão grave e que está longe de ser clara; estou bem persuadido que tenho razão. Receio mesmo ver Vossa Majestade rir-se à lembrança de algumas de minhas opiniões.(11) Nota do Autor Mas não se trata de teoria no momento atual e a verdade aparece tal como ela é sem que o homem seja dispensado de cumprir o seu dever...

***

Gobineau a D. Pedro II

Castelo de Trye (Oise).

10 de setembro de 1870.

Majestade,

O que acontece neste momento é sem exemplo em toda a História da França. Nem Azincourt, nem Poitiers, nem Waterloo podem ser comparados a isto, e 80 mil homens que depõem as armas, é um fato inaudito que ninguém compreenderá sem uma apreciação de causas bem deploráveis e bem profundas.

Vossa Majestade sabe qual era a minha opinião sobre a situação da França; mas eu pensei que ainda tivéssemos 50 anos de vida; e não tínhamos senão alguns meses. Não posso escrever o que vi, o que penso,

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