D. Pedro II e o Conde de Gobineau (correspondências inéditas)

que o povo francês quer hoje à testa dos seus destinos o Sr. Thiers. Mas, evidentemente, daí é preciso também concluir, imperiosamente, que um homem é indispensável, e o príncipe recuando para uma distância cada vez mais pronunciada, e estando o Sr. Thiers já muito idoso, teremos de fazer face, uma manhã, às eventualidades.

A Senhora de Barral me diz que Vossa Majestade estava disposto a achar a resistência a todo transe digna de sua aprovação na ocasião da guerra contra os alemães. Uma vez que o Imperador deve ir à Europa, ele convencer-se-á com seus próprios olhos de que a História judiciosa não perdoará jamais a falta cometida depois da derrota de Sedan por ter ousado continuar a guerra sem ter um só meio material, e mais ainda, sem um só meio moral de a fazer utilmente. Excetuando-se alguns assassinatos, não existe sequer aqui a energia do mal e o que se passa em Paris, no meio deste Terror sem violências reais e deste frenesi revolucionário sem paixão, é disto a prova convincente...

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