Machado de Assis, o homem e a obra – Os personagens explicam o autor

igreja da Lampadosa. Ele próprio escreveu, em uma crônica: "... fui criado com sinos, com estes pobres sinos das nossas igrejas"(3). Nota do Autor Não ficou, porém, documentadamente apurado ser isso exato(4), Nota do Autor sem embargo da perceptível tendência religiosa, demonstrada em alguns escritos iniciais e dos traços denunciativos, em muitos de seus livros, de algum conhecimento verídico quanto a cousas e ritos da igreja.

Nesse tempo, ainda residia com a madrasta em São Cristóvão. Não havia obtido emprego fixo, vindo à cidade diariamente, com certeza movido pela preocupação contínua de aprender. Percorria, então, as livrarias ou sebos, sendo provável haver começado os estudos por aí e, depois, em seguida, no Gabinete Português de Leitura, que passara a frequentar.

O centro literário de sua adolescência era a loja de livros de Francisco de Paula Brito. "A loja era na antiga praça da Constituição (Rocío) lado do teatro S. Pedro, a meio caminho das ruas do Cano e dos Ciganos", explica o mesmo Machado. Paula Brito fundou alguns jornais, dentre eles a Marmota, em cujas colunas apareciam versos escritos pelos poetas da época. Machado orçaria pelos seus dezesseis anos de idade e era rapazelho bisonho. Parece que foi por essa quadra e pela mão de Paula Brito, que começou a publicar os primeiros versos românticos. Valeu-lhe muito a amizade, proteção ou simpatia de Paula Brito. Na livraria deste mulato, reuniam-se não só os homens de letras, como certa roda de políticos. Convivendo com eles, apesar de muito jovem, Machado foi granjeando amizades, fazendo-se notar. Uniu-se também, pouco depois, ao grupo de Caetano Filgueiras, de que fazia parte Casimiro de Abreu.

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