de costumes cariocas - Memórias de um sargento de milícias. Compareceu Machado à presença deste, com os bolsos recheados de livros. O incidente teve larga repercussão na existência do futuro autor de Braz Cubas: - travou, então, conhecimento com Manoel de Almeida, que, inquirindo-o, se inteirou de suas propensões artísticas, simpatizou-se com ele e passou, daí em diante, a protegê-lo.
Machado, então, vivia embebido com a leitura de Garret, que, num momento de arroubo, qualificou de divino. Foi Manéco de Almeida, como era tratado pelos amigos, quem o aproximou de Francisco Otaviano e Quintino Bocaiuva, dois grandes companheiros de Machado, que exerceram, sobre ele, perdurável influência.
Pela mão do segundo, em 1860, entrou para a redação do Diário do Rio de Janeiro, em companhia de Henrique Cesar Muzzio. Explica-se o fato na página sobre o Velho Senado. De revisor de provas da livraria de Paula Brito passou, assim, a redator do jornal de Quintino. Machado tinha por este estima e admiração. "Bocaiuva era, então", escreve ele, mais tarde, "uma gentil figura de rapaz, delgado, tez macia, fino bigode e olhos serenos. Já então tinha os gestos lentos de hoje, e um pouco daquele ar distant que Taine achou em Merimée. Disseram cousa análoga de Challemel-Lacour, que alguém ultimamente definia como très républicain de conviction et très aristocrate de temperament. O nosso Bocaiuva era só a segunda parte, mas já então liberal bastante para dar um republicano convicto."
Ligá-los-ia talvez, além de outras razões, a identidade de vida. Quintino, por haver perdido cedo os pais, teve de abrir por si mesmo, como Machado, caminho na vida, vencendo, com a pertinácia do esforço e do próprio valor, todas as dificuldades. Como era mais velho e já, de certo modo, triunfador, exercia influência sobre o espírito de Machado. A nota da fascinação