expressiva. A capacidade de trabalho, revelada por ele, iria pôr-lhe em relevo o talento literário.
Na redação do Diário do Rio, estava Machado metido entre pessoas amigas, que não só o estimam, como ainda lhe estimulam a vocação. Dentre estas destaca-se Quintino Bocaiuva. Saldanha Marinho dirigia politicamente a folha.
Logo depois de sua entrada para o jornal, verificou-se um incidente entre o jovem escritor e o corpo de revisores. Incidente conhecido, mas convém repetir. Havendo redigido parece que uma notícia episódica, o revisor destacado para conferi-la não pôde decifrar o original. Letra péssima. Foi levado o fato, em forma de queixa, ao conhecimento de Quintino, que respondeu atenderia aos paredistas, se lhe trouxessem o original e não o pudesse ler. Pois não o pôde, tão ininteligível era o manuscrito do rapaz. Neste meio tempo, chega-se ao grupo o autor da nota. Deram-lha: - também não a conseguiu ler. "Riram todos, e Machado de Assis foi tomar para professor de escrita o célebre calígrafo americano Guilherme Scully, que ensinava a escrever na perfeição em trinta lições"(6). Nota do Autor O incipiente jornalista de então escrevia na maior desordem, enfiando os dedos no tinteiro, quebrando as penas, derramando tinta por todos os lados.
Mas como seria o Machado de Assis daquele tempo? Era um rapaz afincado ao trabalho, modesto, metido consigo mesmo. Sua convivência transpirava uma candura, que impressionava a Ernesto Cybrão. Mas, em geral, a impressão era de recolhimento, de criatura introspectiva, já a desenhar o homem fechado e um pouco sombrio, que veio a ser em toda a vida. Por que? Por muitos motivos de ordem pessoal e, também, pela natureza do espírito reflexivo e raciocinante. Os indivíduos