- Como sempre: criticando os bons e fazendo maus versos(7). Nota do Autor
Mas demos a palavra a Machado de Assis, para ver como é que o relembra e descreve. Falava muito tempo depois do desaparecimento do amigo. É assim que ele fala: "era pouco mais do que menino, mas já admirava aquele escritor fino e sóbrio, destro no seu ofício. A atual mocidade (era isso em 1892), a atual mocidade não conheceu Otaviano; viu apenas um homem avelhantado e enfraquecido pela doença, com um resto pálido daquele riso que Voltaire lhe mandou do outro mundo. Nem resto, uma sombra de resto, talvez uma simples reminiscência deixada no cérebro das pessoas que o conheceram entre trinta e quarenta anos"(8). Nota do Autor E no que veio publicando periodicamente, em jornal e revista, de vez em quando se recorda do companheiro de outrora com a nota viva da admiração. Tudo o que foi Otaviano - político, jornalista, poeta - parece atividade episódica. Dá a impressão de diletante.
É autor de um soneto, que foi decorado por todo o Brasil que lê:
"Morrer... dormir. .. não mais! Termina a vida e com ela terminam nossas dores..."
Outro companheiro de então, a que alude o romancista de D. Casmurro, é Pedro Luiz, que era tão moço quanto ele. Pedro Luiz foi, talvez, o primeiro poeta do Brasil de feição política e social. Cantou o martírio da Polônia, cantou Nunes Machado, fez um poema a Tiradentes, escreveu outros no mesmo estilo cheio de alegorias e em tom declamatório, requerido pelo gênero. Tiveram larga repercussão no espírito público. Foi