e de seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço(12)". Nota do Autor
Pronunciando-se sobre o romance, tem esta palavra avisada: "...do romance puramente de análise, raríssimo exemplar temos, ou porque a nossa índole não nos chame para aí, ou porque seja esta casta de obras ainda incompatível com a nossa adolescência literária".(13). Nota do Autor
A poesia da época era mofina, exceção feita de Castro Alves, que se distanciava de todos pela genialidade. Os outros eram medíocres: um Rozendo Moniz, um Lúcio de Mendonça, um Serra, um Trajano, nomes que esqueceram por completo, como poetas. Em resumo, quais eram os traços da poesia de então? Enumerava-os Machado: "viva imaginação, delicadeza e força de sentimentos, graças de estilo, dotes de observação e análise, ausência às vezes de gosto, carência às vezes de reflexão e pausa, língua nem sempre pura, nem sempre copiosa, e muita cor local".
Dos trechos de crítica escritos por Machado, um dos mais vivos é o estudo sobre Eça de Queiroz. Aliás, o autor do Primo Bazilio agastou-se com ela. As restrições do prosador brasileiro foram, em algumas partes, judiciosas e até hoje permanecem exatas. O realismo de Queiroz era implacável e cru. O espírito de reação, solto e exagerado, comprometia a obra. O Crime do Padre Amaro tem muitos defeitos. Entre estes, a propensão minudente das descrições. No O Primo Bazilio, Machado de Assis via a substituição do principal pelo acessório, supondo que a criada Juliana, valendo-se das cartas comprometedoras, assumia, psicologicamente, posição falsa e teatral.
Ao analisar os dois romances, no estudo dos dois romances, Machado de Assis esqueceu-se de pôr em relevo