a virtude essencial de Eça de Queiroz, que é a criação de tipos, dentre os quais sobressaem, justamente, a criada Juliana e o Conselheiro Acacio. São tipos permanentes da literatura lusitana. E aí estava a força do Eça.
Observações sutis feitas por Machado de Assis. encontram-se, também, no que escreveu sob o título "A nova geração", em 1897. Muito poeta que elogiou aí é certo que já desapareceu, mas alguns realizaram, mais tarde, a previsão do analista, como, por exemplo, Alberto de Oliveira. Por esta ocasião foi que anotou o defeito do realismo com finura: "o realismo não conhece relações necessárias, nem acessórias, sua estética é o inventario(14)". Nota do Autor
O autor de Crítica tem às vezes umas observações um pouco maliciosas e amargamente verdadeiras. Ele diz, por exemplo, que Múcio Teixeira, como poeta, não resiste a si mesmo: - deblatera, gesticula, extravasa-se. Como isto foi sempre exato, em toda a atividade literária do poeta! É de Machado esta anotação perfeita: "o espírito sectário tem fatal marcha do odioso ao ridículo; e não será para uma geração que lança os olhos ao largo e ao longe, que se compôs este verso verdadeiramente galante:
"Nul n'aura de l'esprit, hors nous et nos amis".
A geração de que falava não possuía, porém, uma expressão clara e definida.
À exceção de mais algumas páginas, a demais crítica exercida por Machado de Assis se resumiu em prefácio a livros de escritores amigos, especialmente poetas. Destes, parece que unicamente dois se salvaram, e foram Raimundo. Correia e Alberto de Oliveira. Os prefácios são, porém, pelo geral, insignificantes. Machado tinha mentalidade e gosto de crítico, mas