de paz e de concórdia, intensa aspiração de trabalho e de ordem." Tempo de reconstrução. A reputação dos homens públicos consolidava-se, fortalecia-se o espírito de autoridade. Surgiam homens novos, que se preparariam para novas lutas, com outros rumos e pendores.
Toda época, sob o critério evolucionista, é de transição. Tudo é transitório no movimento político e social. Mas existem épocas que marcam o declínio de determinadas propensões do espírito humano e representam parada. Convencionou-se que sejam ditas especialmente de transição. A mocidade de Machado de Assis decorreu nessa fase, que se lhe revê nas tintas, no feitio do espírito, que se lhe vê no ecletismo da arte. Se há palavra capaz de sintetizar aquela quadra é a que psicologicamente a define bem: conciliação. A conciliação foi, de fato, o fenômeno dominante então. Paraná exclamou mesmo que havia terminado o dissídio partidário. Era a emoção do patriotismo, era o erro da satisfação patriótica. Traía o entusiasmo do momento, porventura a mesma vaidade de haver sido fator principal do movimento conciliatório. Fazia-se apelo ao povo na reforma eleitoral. Os partidos cediam da sua influência em favor dos dirigentes Acentuava-se o predomínio das individualidades prestigiosas. Começavam a preocupar assuntos econômicos e financeiros e, também, assuntos eleitorais.
Mais tarde, em 1873, escrevendo para uma revista de Nova York excelente página de crítica, Machado de Assis dá como característico da época o instinto de nacionalidade. Esta expressão é exata, conceitua bem o período que estudou. Podemos também afirmar que larga parte do tempo que compreende a mocidade de Machado de Assis, sob a fisionomia política, mais do que pelo instinto, se particulariza pela emoção ou pelo pensamento da nacionalidade. Emoção ou pensamento