dos séculos! As celas antigamente animadas por homens ativos e atarefados, estão desertas, entregues aos morcegos. Este convento dispunha de vultosa biblioteca de que se não vê mais o menor vestígio". Citamos no anterior capítulo de Ilhéus as reflexões do príncipe ao verificar que o último arrimo da capitania desaparecera, com os que por longos anos tinham sido desvelados decuriões da sua população. Reforça ainda este modo de pensar quando louva o viajante na Bahia o derradeiro vice-rei do Brasil, conde dos Arcos, pelo zelo que tributava à livraria colocada no ex-colégio dos padres, acrescentando, constituir "grande perda não se cuidar em tempo dos papeis deixados pela Companhia, que na mor parte foram dispersos". A educação germânica, com o seu respeito pela cultura desponta nesses trechos como leit-motiv da narrativa, trazendo aos jesuítas a homenagem de um dos mais elevados espíritos que estiveram na América na esteira do ilustre Humboldt. Filiado aos "esclarecidos" do século em que nascera, não se pode acoimar Wied Neuwied de parcial nas suas apreciações, como pareceria a um demagogo do século seguinte. Na maneira de encarar o passado inspirava-se o viajante tão somente no generoso ânimo com que escreveu a sua obra, digna da superioridade científica e da nobre inteligência de um príncipe.
No restante da narrativa impressionou-se (e já transpusera o primeiro quartel do século 19) com a ação dos Aimoré, que ainda ameaçavam os poucos brancos disseminados pela costa. Das consequências de tão longas hostilidades apresentava miserável aspecto o arraial de Vila Verde, antiga redução dos jesuítas, sito a pouco mais de uma légua de Porto Seguro. Subindo rio acima chegava-se a um agrupamento de índios, contando apenas um vigário e escrivão,