Introdução
Chegamos, neste volume, ao estudo da antiga sede, do Brasil, que foi teatro do maior empreendimento luso, no correr da sua expansão colonial. No limiar da nova série, versando a História da Formação da Sociedade Brasileira, sentimos o dever de tornar ao que anunciávamos no princípio: "Nunca como hoje se mostrou tão necessário ao estudioso libertar-se de propensões, prevenções ou conveniências pessoais, num supremo esforço para chegar à serenidade com que deve ser lida a história". Qualquer outra orientação redundaria em trabalho inútil, pois seria o mesmo que flutuar sem bússola, ao sabor das paixões remoinhando pelo mundo. Se desprezarmos o cuidado de proceder à nossa própria despersonalização antes de analisar o passado, corremos o risco de incidir na turbamulta, resolvida a impor as suas predileções como remédio a males coletivos.
A enfermidade é somente desconhecida para quem recusa estudá-la como deve ser estudada. Não se pode mais admitir falta de meios para distinguir o presente, com o acervo de fatos a proporcionar a lição do passado, e a experiência decorrente, que permite analisar a marcha da humanidade, da noite dos tempos a nossos dias. Devemos, contudo, admitir, que a nossa época não concede ao pensador a serenidade indispensável