Não é muito o que Froger escreve acerca do nosso país, mas não deixam de ser curiosas suas informações. Seu livro, hoje raridade bibliográfica, não é dos que se acham ao alcance de todos.
A 29 de novembro de 1695 chegava a esquadra de De Gennes à altura de Cabo Frio e a 30 à barra do Rio de Janeiro, onde pediu prático. Custaram tanto os de terra a responder que o comandante ordenou que os seus vasos ficassem bordejando, enquanto mandava um dos oficiais entender-se com as autoridades do porto. Às seis horas da tarde de primeiro de dezembro voltava o emissário contando que havia grande alvoroto na cidade.
Não se sabia, exatamente, no Rio de Janeiro, se reinava ou não guerra entre a França e Portugal; a chegada desde alguns dias do bergantim da esquadra tal pânico provocara, que tinham as famílias começado a retirar-se para o campo, carregando as melhores alfaias.
No dia seguinte souberam os franceses por um oficial português que podiam ancorar ao alcance imediato dos canhões de Santa Cruz. Havia brisa forte, porém, e os navios garraram para dentro do porto. Imediatamente sobre eles atiraram as baterias de terra. Não responderam os franceses, que conseguiram fundear pouco depois. Voltou o oficial trazendo piloto e médico. Estava o governador muito hesitante se devia, ou não, deixar que a esquadra viesse ao fundeadouro. Alegava a existência de numerosos enfermos a bordo e receava o contágio.
Era ele Sebastião de Castro Caldas, personagem mais tarde muito conhecido pelo papel que lhe coube na chamada "Guerra dos Mascates".