extraordinários", e julga ter escoimado o seu livro "dos pormenores maçadores, que geralmente atulham as relações de viagem"! Assim está certo de que o leitor terá "prazer em tomar conhecimento de novas descrições, etc., etc."!
Em todo o vasto Brasil, avança o impetuoso generalizador, "só há oito ou dez bons Capuchinhos franceses e alguns Jesuítas que com extraordinário zelo se aplicam às santas Missões".
Para mostrar de que força eram os religiosos no Rio de Janeiro, conta Froger o seguinte: havendo um dos oficiais da esquadra altercado com um fluminense, foi obrigado a sacar da espada para se defender. Viu-se então atacado por um magote de portugueses, e assim tratou de fugir.
"Vendo a porta dos Carmelitas aberta entrou, crendo que ali encontraria seguro asilo. Mas qual! foi o contrário, pois um destes caridosos religiosos lhe descarregou na cabeça um golpe, cujos vestígios lhe restariam para sempre. E acudiram outros, ainda, que o encheram de pauladas e o entregaram aos perseguidores.
Estes, porém, dele tiveram compaixão, ficando horrorizados com o procedimento dos frades".
"O que digo destes falsos religiosos, ressalva o viajante francês, em nada deve ofender aqueles que cumprem o dever, pois as invectivas dirigidas aos libertinos não fazem senão aumentar o respeito devido aos que procuram o ensejo de mostrar o zelo e derramar sangue para maior glória de Jesus Cristo".
Depois de gabar a fertilidade da região fluminense e mencionar-lhe as principais produções, passa Froger a dar notícia do que no Rio de Janeiro veio a saber de São Paulo e dos paulistas: uma série de cousas pitorescas e por vezes extravagantes.