O Rio de Janeiro de antanho: impressões de viajantes estrangeiros

dos antepassados, como para a Ordem de Malta".

O pendor amoroso dos baianos é que causou espanto ao jovem engenheiro naval. "Prodigiosamente ardentes, nada negam às mulheres, que aliás são dignas de lástima, pois nunca veem a quem quer que seja. Apenas saem aos domingos, de madrugada, para ir à igreja.

São os baianos extraordinariamente ciumentos e é um ponto de honra apunhalar um marido à mulher desde que se convença de sua infidelidade".

"Isto não impediu, contudo, avança o gabarola do autor, - provavelmente tomando gato por lebre que várias não achassem meios de favorecer os nossos franceses, cujos modos livres e afáveis apreciam".

"Como a cidade tem altos e baixos e por conseguinte os carros ali não podem prestar serviços, os escravos fazem as vezes de cavalos, transportando de um lado para outro as mercadorias as mais pesadas. É também pela mesma razão que o emprego dos palanquins está ali generalizado".

"Constitui o tal veículo uma rede, coberta por pequeno dossel bordado, carregado por dous negros e suspensa de longa vara. A gente de distinção nela se faz transportar à igreja, às visitas e ao campo".

Da altura da construção das casas da Bahia faz o autor os maiores elogios, assim como das igrejas, sua rica ornamentação, paramentos e alfaias.

Muito o impressionaram os grandes mosteiros, ricos e numerosos, sobretudo o dos Jesuítas, que abrigava 190 religiosos e em cuja igreja havia a mais rica, artística e monumental das sacristias.

Gaba muito Froger o zelo apostólico dos Capuchinhos franceses, incansáveis na catequese dos índios e,

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